CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

3.12.12


Por Leide Franco - @LeideFranco


Esse texto é um puxão de orelha para mim, você, ou quem estiver disposto a reconhecer seu real tamanho e não permitir-se que encolham sua grandeza com a pequenez alheia. É um conselho daqueles que só sendo mui amigo tem o direito de chegar, sentar e olhar no olho dizendo tudo que diria à pessoa que ele mais quer ver feliz na vida.

Você já se perguntou por que aquela pessoa sofre, sofre, sofre, mas não consegue largar aquilo que lhe faz mal? Eu já me perguntei diversas vezes, e ainda não tenho a resposta. Muitos, talvez, estejam suspensos por um fio que bem lá distante vai levá-los a algum momento de prazer. É o fio invisível da morna esperança. Ou fio da insistência: forte, resistível, teimoso, burro.

Deveria ser regra cada um de nós saber reconhecer aqueles que nos fazem bem; os que só contribuem para que o outro se sinta a pior das criaturas e, mais ainda, quem são os que não fazem a menor falta. Esses últimos são ótimos para esquecer no baú das roupas que não nos cabem mais, pois crescemos. Esse baú deve estar enterrado no fundo do quintal daquela casa que você não mora mais e não quer mais voltar.

Não se engane: fazer sofrer é uma das formas mais viáveis de se enganar. É fundamental que saibamos sofrer, pois assim sofre-se menos, só o necessário para blindar a alma das futuras lanças duras que a vida pensa, insana, que pode mirar-nos, como se fôssemos um alvo humano sempre permeável. Ela mira mesmo e sai atirando a fim de encontrar o centro que nos sustenta.

Uma pessoa que vive de migalhas, mais cedo ou mais tarde vai transbordar de tão vazia.  Só vale sofrer por aquilo que não escolhemos sentir. A morte, por exemplo. A gente não escolhe morrer. Então que seja justo sofrer, mas daí sofrer porque o outro pensa, acha que tem esse direito sobre você, é injusto com a lei que obrigada a sermos felizes.

Amar virou coisa de gente corajosa. Não há como esperar que os frágeis retribuam o afeto doado com flores se eles têm medo de se furar nos pobres espinhos, ou melhor, se eles nem conseguem enxergar o jardim.

Nada de aprender que uns nascem para sofrer enquanto outros riem...

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