CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

26.3.12

“COISAS DA VIDA”

Leide Franco* (@LeideFranco)

Quem nunca precisou chegar ao fundo do poço para saber o que é alcançar o topo? Muitos respondem sim em primeira pessoa a essa pergunta. Tantos outros já tiveram que se perder para achar o seu caminho que se perdeu pela estrada... E não são poucos! Como dizia Caio Fernando Abreu: muitas vezes é preciso se virar pelo avesso para saber que esse era o seu melhor lado.

Uma das coisas mais inevitáveis da vida é aquilo que a gente só reconhece e dispensa valores depois que perde, depois que deixou escapar, evaporar por inanição da vontade de fazer dar certo. Tem coisas que são dificílimas de cumprir e de acreditar, entre elas estão as promessas. Quando se perde a fé em acreditar nas promessas, você começa a mudar e muda em vários sentidos.

Chega um momento em que você tira a roupa do presente, manda embora os pensamentos atuais, se revira por dentro e sai correndo para olhar o passado, perguntando-se o que “era eu” e comparando com o que “eu sou” agora. Será que as coisas precisavam ser como foram para ser o que são hoje?

Tenho a mania terrível de ficar me perguntando onde eu estaria se minha vida tivesse seguido aquele percurso. Estaria eu feliz? Você também não se faz esse tipo de pergunta? É muita interrogação para todas as não-respostas. De repente a gente pensa que tudo que era da gente era do outro, aquela falta de limitação humana, o doar-se total. Mas a pior sensação é a de aceitar que não faria tudo de novo, se soubesse...

A volta do fundo do poço deixa qualquer ser humano mais forte. Todas as vezes que nos perdemos quando vamos de encontro a algum lugar, na volta o caminho já não é mais estranho. Viver o seu avesso pode revelar a sua melhor face, aquela que você jamais conheceria se não precisasse mudar.

*Leide Franco - Comunicadora com pretensões literárias; 
Um pouco de filosofia e reflexões cotidianas; 
Um muito de MPB
E quase nada do que ainda quero ser.

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