CALANGOTANGO não é um blog do mundo virtual. Não é uma opinião, uma personalidade ou uma pessoa. É a diversidade de idéias e mãos que se juntam para fazer cidadania com seriedade e alegria.

Sávio Ximenes Hackradt

23.1.12


"COISAS DA VIDA" 

Por Leide Franco* (@LeideFranco)


Pular da cama logo cedo, como quem pula de paraquedas para o abismo que é a vida, vem sendo o meu esporte preferido. Encarar o mundo de braços abertos é a forma mais natural de viver, embora isso não seja fácil. O segredo é nunca deixar o pó do cansaço e da desesperança acumular. Um sopro diário na fé, limpa a superfície enrugada de qualquer vida.

A selva que precisamos encarar todos os dias mostra-nos como somos heróis lutando pelo direito de sermos mais um sobrevivente no meio de toda a multidão. Venho tentando enxergar a vida como ela é: O céu é o limite que podemos tocar. Hoje está aqui, cheio de oportunidades. Amanhã, talvez, quem sabe... Todas as chances moram numa cabana temporária chamada agora.

A gente liga a televisão e fica vendo a vida que não é da gente passar... Por várias vezes fico me questionando onde mora a realidade naquela fantasia, e qual parte do mundo esconderam a vida real, nua e crua. As impressões que tenho é que estou em mundo fora a parte, um lugar imprevisível, anormal. E é! Em uns dias há um céu azul convidativo e em outros uma tempestade escura sem fim. E não adianta, mesmo que você lute todos os dias, há coisas que não podem ser mudadas, mesmo custando o que custar.

Sabe o que mais me incomoda? Os acomodados! Os quase inertes. Daqueles que ficam esperando as coisas caírem não sei de que céu. Também não entendo os que não se permitem o meio e o fim, começam e param no começo. São aquelas pessoas que estão sempre na prateleira, esperando que alguém se interesse por elas, que as pegue e leve pra casa. São as que quase emagrecem, quase se formam, quase se casam... São pessoas quase, quase felizes. Também não consigo compreender os que acham que tudo está perfeitamente bem. Eu sou arredia, inquieta - questionavelmente inquieta, desassossegada. Quero tudo, mas tudo em cada vez... O meu tempo é muito diferente do tempo de muita gente.

Não sei se eu já disse, mas morro de medo de tipos fingidos, falsos. Quero distância. Sempre me esquivo deles porque inconscientemente algo avisa: Perigo à vista! Porém, tenho coragem de um tamanho absurdo, principalmente quando essa mesma vida estica o dedo, aponta na minha cara e diz que eu não vou conseguir. Minha grandeza emerge dos momentos que a vida impõe sabidamente a sensação de pequenez nos seres humanos. É como Caio Fernando Abreu dizia: “Aprende. Aprende que dói menos”. E assim segue a vida...

*Leide Franco - Comunicadora com pretensões literárias; 
Um pouco de filosofia e reflexões cotidianas; 
Um muito de MPB
E quase nada do que ainda quero ser. 
Escreve às segundas-feiras.

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