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Sávio Ximenes Hackradt

12.3.11


Por Roberto Fonseca – Estadão/Paladar

Obama segura uma Goose Island 312, wheat ale que ele chamou de "sua favorita". A garrafa foi entregue ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, que retribuiu com uma Hobgoblin. (Foto: Reuters/Jason Reed)

Como já é de amplo conhecimento – mais pelo duvidoso anúncio do fim dos vistos para os EUA que pelo fato em si -, o presidente norte-americano Barack Obama visitará o Brasil entre os dias 19 e 21. A agenda dele inclui visita à presidente brasileira, Dilma Rousseff (PT), em Brasília, e ida ao Rio de Janeiro, onde quer fazer um discurso para 10 mil pessoas.  Agendas diplomáticas à parte, a chancelaria brasileira bem que poderia aproveitar a oportunidade para explorar uma das facetas do Obama e, de quebra, dar destaque a um produto artesanal brasileiro: a cerveja.
Da campanha presidencial, quando dizia ser fã da sem graça Pabst Blue Ribbon até hoje, o presidente norte-americano teve um upgrade cervejeiro. Após um caso de agressão envolvendo um policial e um professor negro, ele chamou os dois para uma cerveja e pediu uma insossa Bud Light. Causou uma chiadeira entre os cervejeiros artesanais do país, que o acusaram de privilegiar um produto ligado a uma multinacional que acabara de ser vendida à Inbev.  Em meados de 2010, porém, ao se encontrar com o primeiro-ministro britânico David Cameron, presenteou o colega com uma Goose Island 312, uma wheat ale. Apesar de não ser a melhor da linha, já é um avanço. E, na final do Super Bowl, ele serviu uma honey ale que levou o nome de White House, produzida nas dependências da Casa Branca (pela assessoria culinária, e não, erroneamente, pelo próprio Obama, como chegou a ser noticiado). Embora não tenha sido o primeiro presidente a incentivar a produção de cerveja caseira – registros históricos dizem que o título é de George Washington -, é nítido que o interesse do atual mandatário pelo assunto vem crescendo. Tanto que ele pretende lançar outras receitas sob a marca White House.
Diante disso, nossa presidente, embora não tenha dado mostras de ser fã de cerveja nem de outras bebidas alcoólicas, tem em mãos uma arma diplomática estratégica para lidar com Obama: oferecer uma boa cerveja artesanal brasileira a ele em um dos eventos abertos à imprensa. Se acertar a mão, pode até ouvir um “she’s the woman”, versão feminina do “he’s the man” dirigido por ele a Lula (é claro que isso é uma piada, antes que o extremismo político de ambos os lados se anime). Dilma, só não vá oferecer uma cerveja industrial intragável ao homem, que a saia-justa pode ter efeitos indesejados.
Está lançada a campanha. Se o Itamaraty precisar de uma ajudinha na escolha da cerveja, é só escrever (ô, megalomania!).

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