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Sávio Ximenes Hackradt

22.1.11

Estadão.com.br

Você pode não gostar, fazer cara feia, reclamar no Twitter, Facebook ou YouTube. Não importa muito. Brasileiro gosta mesmo de um reality show. E a atividade dos observados é a mais variada. Eles podem comer olhos de cabra, ou limpar os dejetos de bois e cavalos numa fazenda. Agora, é possível ver, também, a gravação do próximo disco da sua banda favorita. Convenhamos, é bem mais interessante.

“Pode ser como o Big Brother Brasil (risos)”, brinca o guitarrista do Sepultura, Andreas Kisser, de 42 anos. Acompanhado pelos colegas de banda – Derrick Green (vocal), Paulo Jr.(baixo) e Jean Dolabella (baterista) – ele entra hoje em estúdio para começar a gravação do próximo CD, ainda sem nome definido.

Das 16 às 18horas, diariamente, tudo o que eles fizerem será transmitido ao vivo, pela internet, através da TV Trama (www.tvtrama.com.br), canal online da gravadora de mesmo nome. “É uma parte do nosso dia de gravação. Não é invasivo”, comenta Kisser.

Essa não é a primeira vez que o Sepultura exibe uma gravação ao vivo. Trabalho parecido foi feito durante a produção do CD A-Lex, de 2009. Mas, na ocasião, a transmissão foi feita no site oficial do grupo. A iniciativa para esta nova ação foi da TV Trama.

“Como transmitimos duas horas ao vivo diariamente em live streaming, achamos interessante colocar na programação a gravação de um disco completo”, explica João Marcelo Bôscoli, responsável pela gravadora. “É algo que a maioria das pessoas nunca viu: um making of ao vivo.”

A produção desse novo trabalho do Sepultura fica a cargo de Roy Z. “Conhecemos o Roy há muito tempo. E sempre tivemos a ideia de fazer uma parceria. Ele tem um know-how muito grande de estúdio”, analisa o guitarrista da banda. O produtor já trabalhou com Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, e atualmente acompanha Rob Halford (líder do Judas Priest).

Este é o 12º disco da carreira do Sepultura, em 26 anos de carreira. Neste trabalho, a banda foge da linha que vinha adotando nos dois últimos discos. Se em A-Lex e Dante XXI, de 2006, eles se inspiraram em obras literárias – A Laranja Mecânica, de Anthony Burgess, e A Divina Comédia, de Dante Alighieri, respectivamente –, desta vez a temática é a carreira do próprio grupo.

Bom momento

“Estamos celebrando o momento da banda. São 26 anos de existência. Na época que começamos, o fax era moderno”, lembra Kisser. O disco também é o segundo após a saída de Igor Cavalera e a entrada de Jean Dolabella. “Estamos cada vez mais entrosados. Fazemos shows pelo mundo inteiro. É uma situação boa para entrar em estúdio”, completou.

Mas há de se fazer um alerta: a gravação de um disco não é rápida. “É gravado por partes, primeiro a bateria, depois o baixo. Pode ser legal, ou maçante, depende”, diz Kisser. Bôscoli completa: “É como se o grupo convidasse o público a visitar a gravação do disco no estúdio”. De qualquer forma, é melhor do que assistir a alguém limpando esterco de vaca, não?

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